A polícia e as armas que não matam

Armas não-letais vêm sendo usadas pela polícia de diversos países europeus e dos Estados Unidos desde os anos 90. São pistolas e sprays que podem ferir pessoas e deter veículos mas diminuem o risco de morte e de dano ao patrimônio e ao ambiente. As armas recentes são desenvolvidas com a mais alta tecnologia em ótica, acústica e eletromagnetismo. Agora, esses equipamentos chegam ao Brasil. A Polícia Militar e a Guarda Municipal do Rio de Janeiro começam a usar armas não-letais.

Os policiais militares usam a pistola elétrica Taser M26. É a famosa arma de eletrochoque. O tiro é acionado com nitrogênio comprimido. No lugar da bala é disparado um dardo preso a um fino fio condutor elétrico. Ao atingir a vítima o projétil descarrega uma corrente elétrica, que provoca dor e paralisa. Se a pessoa atingida passa a mão sobre o dardo, ocorre uma segunda descarga. O alcance é de 10 metros. A data e o horário ficam registrados no aparelho. A pistola também pode ser usada à queima-roupa, sem os dardos.

Já os guardas municipais do Rio utilizarão em breve sprays de pimenta na versão espuma, além de pistolas CZ e lançadores FN-303 de bala de borracha. O processo de licitação para a compra dos equipamentos está em andamento. No exterior há diversas outras armas não-letais no mercado. Uma das mais sofisticadas é o eletrolaser, desenvolvido por militares americanos. O equipamento emite um raio laser que quebra os gases atmosféricos em íons. Isso gera muito calor e transforma o ar em plasma. Esse plasma é um ótimo condutor elétrico e funciona como uma espécie de fio invisível. Logo após esse disparo a arma solta uma corrente elétrica, que corre no caminho aberto pelo raio laser.

Existe ainda o LRAD, sigla em inglês para Dispositivo Acústico de Longo Alcance. Essa arma emite uma onda sonora de alta energia, em distâncias de até 500 metros. O som emitido equivale à pressão exercida por um avião a jato a menos de 30 metros de distância. É um baque para a vítima atingida. Esse equipamento foi desenvolvido por encomenda das Forças Armadas americanas depois que o navio USS Cole foi atingido por um bote suicida no Iêmen, em 2000, e tem sido usado em missões especiais da polícia.