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Conheça a história do travesti que quer ser juiz no Ceará
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Conheça a história do travesti que quer ser juiz no Ceará
Valério Gama se transforma em Laleska Valéria e apita jogos em Beberibe
Do R7
O futebol é um meio machista, porém um juiz tenta quebrar mais uma barreira na cidade de Beberibe, no Ceará. Valério Gama, ou Laleska Valéria como ela se chama quando vestida de mulher, é um travesti que luta para ser juiz de futebol profissional.
Valério, que durante o dia trabalha como guia turístico da cidade, conhece o oficio da arbitragem e apita jogos amadores da região.
Com uma experiência de 10 anos, o árbitro afirma que tem um estilo próprio e diz não ter semelhanças com o juiz Margarida, que também era homossexual assumido.
Fonte: R7
Do R7
O futebol é um meio machista, porém um juiz tenta quebrar mais uma barreira na cidade de Beberibe, no Ceará. Valério Gama, ou Laleska Valéria como ela se chama quando vestida de mulher, é um travesti que luta para ser juiz de futebol profissional.
Valério, que durante o dia trabalha como guia turístico da cidade, conhece o oficio da arbitragem e apita jogos amadores da região.
Com uma experiência de 10 anos, o árbitro afirma que tem um estilo próprio e diz não ter semelhanças com o juiz Margarida, que também era homossexual assumido.
Fonte: R7
Nenhum problema que o juiz seja travesti. O que interessa de fato é que preste bastante atenção na partida, e que faça uma arbitragem justa.
Repararam como a Laleska tem umas pernas bonitas e mais em forma do as de muitas mulheres por aí? Ela ficou ótima no pretinho básico...
Re: Conheça a história do travesti que quer ser juiz no Ceará
Não me importo com a opção sexual do juiz, se ele fizer o trabalho dele, está ótimo.
Mas que sofrerá muito preconceito por parte dos torcedores, isto é verdade.
Mas que sofrerá muito preconceito por parte dos torcedores, isto é verdade.
Athus123- Status : lollol
Mensagens : 34
Data de inscrição : 30/01/2011
Re: Conheça a história do travesti que quer ser juiz no Ceará
Athus123, seja muito bem-vindo ao nosso fórum!Athus123 escreveu:Não me importo com a opção sexual do juiz, se ele fizer o trabalho dele, está ótimo.
Mas que sofrerá muito preconceito por parte dos torcedores, isto é verdade.
Também não me importo com as orientações sexuais das pessoas, respeito todas. O que me interessa, é o caráter de cada uma.
Concordo contigo, mesmo se for competente em suas funções como juiz, a Laleska provavelmente (e infelizmente) sofrerá com inúmeros preconceitos, não só dos torcedores. Ainda mais neste ramo futebolístico...
Re: Conheça a história do travesti que quer ser juiz no Ceará
Complementando a história do juiz:
Fonte: Coisas da Gente
MINHA HISTÓRIA
VALÉRIO GAMA(32 anos).Eu descobri que era gay aos dez anos. Fui percebendo que não gostava de mulher. Brincava com meninos e sentia interesse por eles. Nunca contei para a minha família. Minha mãe já percebeu, meu pai até hoje é contra.
Comecei a me interessar por futebol assistindo aos jogos da Copa de 1994, nos EUA. Eu tinha 15 anos. Entrei no futebol pra ser goleiro. Eu era o terceiro goleiro de um time aqui da minha cidade.
Na época, faltou juiz e o meu treinador pediu pra eu apitar. Eu apitei e gostei. Não sabia as regras, aprendi dentro do futebol, na marra. Não sou formado [em arbitragem], mas já marquei o curso com o Dacildo Mourão, um juiz daqui. Ele me chamou.
Já apitei mais de cem jogos: campeonatos e amistosos entre times locais. Mas não estou no quadro de árbitros da federação cearense.
SEM PRECONCEITO
Toda a equipe de árbitro só tem homem, e eu sou o único homossexual. Nunca me envolvi com eles, eles nunca me cantaram, me respeitam como se eu fosse uma mulher mesmo. Porque o que eles sabem fazer eu também sei.
Eu bandeiro e tudo. Gosto mais de apitar, mas eu bandeiro quando é feito sorteio.
No futebol, eu não sofro preconceito, nunca sofri.
Quando eu chego ao campo, as pessoas acham que eu sou mulher. Vêm conversar comigo e perguntam: "E aí, mulher?". Eu digo: "Gente, eu não sou o que vocês estão pensando. Eu ainda não sou mulher. Sou homem".
Aí, quando descobrem, ficam passados, caem pra trás, se assustam. Mas nunca fizeram nada que me ofendesse. Pelo contrário, sou um dos mais chamados para apitar os jogos, todo sábado e domingo eu apito uma partida.
Eles chamam os héteros de veado, de baitola, mas a mim só chamam de ladrão, dizem que estou roubando. De veado ninguém chama porque todos já me conhecem.
LALESKA
Meu nome de mulher é Laleska. Quando eu estou de Laleska, gosto de ser chamado assim. Mas só à noite, quando eu saio para baladas.
O time do Ferroviário [clube cearense] me reconheceu uma vez. Eu fui pra praça de vestido, de salto, de bolsa.
Eles me olharam e falaram: "Olha a juíza!". Só que eles não sabiam que eu era homem. Uma amiga deles conversou [com eles] e contou. Aí eles me chamaram e disseram: "Você me desculpa por eu chamar você de moça no campo".
No campo, achavam que eu era mulher. Quando eu falava [durante o jogo], eles estranhavam por causa da voz, mas não descobriram. Se os jogadores acham que sou mulher, são mais educados.
Nós conversamos. Eles disseram que me viram de biquíni na praia, mas não acreditavam que eu era homem.
Eu falei que me transformava à noite em mulher. Eles gostaram, disseram que era muita coragem minha apitar um jogo profissional. Me deram parabéns. Fiquei feliz.
Vou te contar uma coisa que vai te deixar de queixo caído. Você está sentado?
Na minha casa somos oito irmãos e quatro homossexuais, dois em forma de homem e dois travestis.
'BICHA-HOMEM'
Só metade de nós são "normais" [héteros], como diz o povo daqui. Estou acostumado a não ser aceito. Meu pai disse que vai morrer e não vai aceitar. Não admite o filho ter peito, querer ser mulher.
Meus amigos travestis dizem que eu quero ser homem por gostar de futebol. Eles me chamam de "bicha-homem". Dizem: "Olha essa bicha que quer ser homem", "Essa bicha fala de futebol como se fosse homem". Eles não entendem nada de futebol. Eu sou totalmente diferente deles. Eles ficam passados.
Tem muito homossexual no futebol, mas são incubados, não se assumem. Eu não. Eu rasguei logo. De que adianta eu viver a vida dos outros? Tenho que viver a minha, não vou mostrar para as pessoas uma coisa que não sou. Se perguntam, assumo.
'O' ERRO, 'O' JOGO
O maior erro da minha carreira foi uma falta fora da área que eu marquei pênalti.
Logo depois, eu percebi que tinha sido fora, mas não dava para voltar atrás. Os jogadores puxaram meu cabelo. Já levei tapas, empurrão.
Meu jogo mais importante foi Ferroviário contra a seleção de Beberibe [no último dia 8]. O Ferroviário joga a primeira divisão daqui. Me chamaram e fiquei empolgado. Encarei da forma que encaro qualquer briga na vida.
Quando entrei no jogo, parece que incorporou um espírito na minha pessoa, um espírito de homem. Eu não tenho aqueles trejeitos do [ex-árbitro] Margarida, por exemplo. Faço os gestos todos direitinho, mas, depois que eu saio de campo, ninguém mais me segura.
VALÉRIO GAMA(32 anos).Eu descobri que era gay aos dez anos. Fui percebendo que não gostava de mulher. Brincava com meninos e sentia interesse por eles. Nunca contei para a minha família. Minha mãe já percebeu, meu pai até hoje é contra.
Comecei a me interessar por futebol assistindo aos jogos da Copa de 1994, nos EUA. Eu tinha 15 anos. Entrei no futebol pra ser goleiro. Eu era o terceiro goleiro de um time aqui da minha cidade.
Na época, faltou juiz e o meu treinador pediu pra eu apitar. Eu apitei e gostei. Não sabia as regras, aprendi dentro do futebol, na marra. Não sou formado [em arbitragem], mas já marquei o curso com o Dacildo Mourão, um juiz daqui. Ele me chamou.
Já apitei mais de cem jogos: campeonatos e amistosos entre times locais. Mas não estou no quadro de árbitros da federação cearense.
SEM PRECONCEITO
Toda a equipe de árbitro só tem homem, e eu sou o único homossexual. Nunca me envolvi com eles, eles nunca me cantaram, me respeitam como se eu fosse uma mulher mesmo. Porque o que eles sabem fazer eu também sei.
Eu bandeiro e tudo. Gosto mais de apitar, mas eu bandeiro quando é feito sorteio.
No futebol, eu não sofro preconceito, nunca sofri.
Quando eu chego ao campo, as pessoas acham que eu sou mulher. Vêm conversar comigo e perguntam: "E aí, mulher?". Eu digo: "Gente, eu não sou o que vocês estão pensando. Eu ainda não sou mulher. Sou homem".
Aí, quando descobrem, ficam passados, caem pra trás, se assustam. Mas nunca fizeram nada que me ofendesse. Pelo contrário, sou um dos mais chamados para apitar os jogos, todo sábado e domingo eu apito uma partida.
Eles chamam os héteros de veado, de baitola, mas a mim só chamam de ladrão, dizem que estou roubando. De veado ninguém chama porque todos já me conhecem.
LALESKA
Meu nome de mulher é Laleska. Quando eu estou de Laleska, gosto de ser chamado assim. Mas só à noite, quando eu saio para baladas.
O time do Ferroviário [clube cearense] me reconheceu uma vez. Eu fui pra praça de vestido, de salto, de bolsa.
Eles me olharam e falaram: "Olha a juíza!". Só que eles não sabiam que eu era homem. Uma amiga deles conversou [com eles] e contou. Aí eles me chamaram e disseram: "Você me desculpa por eu chamar você de moça no campo".
No campo, achavam que eu era mulher. Quando eu falava [durante o jogo], eles estranhavam por causa da voz, mas não descobriram. Se os jogadores acham que sou mulher, são mais educados.
Nós conversamos. Eles disseram que me viram de biquíni na praia, mas não acreditavam que eu era homem.
Eu falei que me transformava à noite em mulher. Eles gostaram, disseram que era muita coragem minha apitar um jogo profissional. Me deram parabéns. Fiquei feliz.
Vou te contar uma coisa que vai te deixar de queixo caído. Você está sentado?
Na minha casa somos oito irmãos e quatro homossexuais, dois em forma de homem e dois travestis.
'BICHA-HOMEM'
Só metade de nós são "normais" [héteros], como diz o povo daqui. Estou acostumado a não ser aceito. Meu pai disse que vai morrer e não vai aceitar. Não admite o filho ter peito, querer ser mulher.
Meus amigos travestis dizem que eu quero ser homem por gostar de futebol. Eles me chamam de "bicha-homem". Dizem: "Olha essa bicha que quer ser homem", "Essa bicha fala de futebol como se fosse homem". Eles não entendem nada de futebol. Eu sou totalmente diferente deles. Eles ficam passados.
Tem muito homossexual no futebol, mas são incubados, não se assumem. Eu não. Eu rasguei logo. De que adianta eu viver a vida dos outros? Tenho que viver a minha, não vou mostrar para as pessoas uma coisa que não sou. Se perguntam, assumo.
'O' ERRO, 'O' JOGO
O maior erro da minha carreira foi uma falta fora da área que eu marquei pênalti.
Logo depois, eu percebi que tinha sido fora, mas não dava para voltar atrás. Os jogadores puxaram meu cabelo. Já levei tapas, empurrão.
Meu jogo mais importante foi Ferroviário contra a seleção de Beberibe [no último dia 8]. O Ferroviário joga a primeira divisão daqui. Me chamaram e fiquei empolgado. Encarei da forma que encaro qualquer briga na vida.
Quando entrei no jogo, parece que incorporou um espírito na minha pessoa, um espírito de homem. Eu não tenho aqueles trejeitos do [ex-árbitro] Margarida, por exemplo. Faço os gestos todos direitinho, mas, depois que eu saio de campo, ninguém mais me segura.
Fonte: Coisas da Gente
Concordo com vocês, Lili e Althus. Caráter da pessoa é o que interessa. Ele vai ter que ter muito jogo de cintura para lidar com tudo isso, mas pelo relato dele, parece tirar de letra, parabéns pra ele.
Re: Conheça a história do travesti que quer ser juiz no Ceará
Paulinho querido, valeu por complementar o tópico com as declarações da Laleska / Valério Gama.
Também acho que ela vai tirar qualquer preconceito de letra, após ter lido as declarações acima.
Também acho que ela vai tirar qualquer preconceito de letra, após ter lido as declarações acima.
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