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Mensagem por Convidad Seg 18 maio 2009 - 12:12

Contradição em termos Criacao

Permita-me fazer uma proposta modesta, gentil leitor. Toda vez que alguém se disser contra a teoria da evolução porque é criacionista e, portanto, “acredita na criação descrita na Bíblia”, pergunte educadamente ao seu interlocutor: qual criação? Nosso criacionista hipotético pode nem ter reparado, mas há DUAS criações diferentes da Terra e dos seres humanos, uma depois da outra, no livro do Gênesis. Aliás, elas se contradizem.

OK, talvez a minha proposta modesta não seja tão modesta assim. Indo mais adiante com ela, arrisco-me a dizer, com base no dado acima, que o criacionismo literalista, aquele que supostamente segue “ao pé da letra” o texto bíblico, não só é inviável do ponto de vista lógico como talvez vá diretamente CONTRA as intenções dos gênios israelitas anônimos que escreveram e compilaram os primeiros capítulos do Gênesis. O alto grau de simbolismo e esquematização adotado por esses autores deixa mais ou menos claro que eles não teriam problema nenhum com uma leitura não-literalista de seus textos cosmogônicos – e possivelmente até tivessem essa intenção desde o início. É o que pretendo demonstrar nos parágrafos a seguir.

Nomes divinos

Qualquer pessoa que tenha em mãos uma boa tradução da Bíblia e esteja um pouquinho atenta vai perceber que, durante as narrativas da Criação, parece haver uma mudança de pronome de tratamento. Do começo do Gênesis até o versículo 4 do capítulo 2 (a primeira narrativa), Deus é simplesmente “Deus”; daí em diante, até o começo do capítulo 3 (fim da segunda narrativa), ele se torna o “Senhor Deus”. Essa mudança não tem nada de casual: representa, em hebraico, a transição do termo Elohim (literalmente “deuses”, mas na verdade uma espécie de plural majestático que designa o Deus único) para o termo Yahweh Elohim (ou “Javé Deus”, como vemos em algumas traduções atuais). Yahweh, ou Javé, parece ter sido o “nome próprio” (por falta de palavra melhor) da divindade de Israel antes que os judeus, por respeito, deixassem de pronunciar a palavra.

O mero fato de as duas designações serem usadas de maneira consistentemente separada nos capítulos que abrem a Bíblia é sugestivo, mas não prova muita coisa. Bem mais reveladora é a estrutura dos relatos. Os defensores do literalismo bíblico às vezes argumentam que o segundo relato é apenas a explicação e a ampliação do primeiro, partindo do geral para o particular. Boa tentativa, mas a leitura do texto sem preconceitos pega essa interpretação de calças curtas.

A primeira narrativa, por exemplo, diz que Deus criou as plantas no terceiro dia de seu trabalho, as aves no quinto dia e os animais terrestres no sexto dia, pouco antes dos humanos. (Aliás, a divisão do trabalho divino em dias só aparece no primeiro relato.) Já o Senhor Deus (lembre-se, são nomes divinos diferentes), de acordo com o texto, criou o homem “quando ainda não havia nenhum arbusto do campo sobre a terra e ainda não tinha brotado a vegetação, porque o Senhor Deus ainda não tinha enviado chuva sobre a terra, e não havia ninguém para cultivar o solo”. O Senhor Deus primeiro forma o homem com o barro da terra e só então planta um jardim no Éden, onde coloca o humano primordial. Mas as plantas não surgiram antes das pessoas? Não de acordo com a segunda versão da Criação.

A narrativa número 2 prossegue: “Então o Senhor Deus formou da terra todos os animais selvagens e todas as aves do céu, e apresentou-os ao homem para ver como os chamaria; cada ser vivo teria o nome que o homem lhe desse. E o homem deu nome a todos os animais domésticos, a todas as aves do céu e a todos os animais selvagens”. Novamente, não há como harmonizar as duas histórias, já que os animais existiam antes dos seres humanos, segundo o que diz o relato número 1.

O caráter independente das duas narrativas da Criação fica ainda mais claro no clímax de ambas as histórias, a criação do homem e da mulher. Você obviamente se lembra do uso da costela do primeiro membro do sexo masculino como matéria-prima para a produção do primeiro membro do sexo feminino. (Não estou usando “Adão” e “Eva” porque, nesses relatos primevos, eles não têm nome próprio.) Pois a narrativa número 1 da Criação aparentemente nunca ouviu falar em costela. Deus usa apenas a palavra (com verbos, aliás, na segunda pessoa do plural; ele parece estar deliberando com seus conselheiros angélicos) como matéria-prima: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (o humano de barro da outra versão aparentemente não é a imagem e semelhança de Deus…). E o texto continua: “Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou, macho e fêmea ele os criou”. Sim, ambos os sexos surgem simultaneamente nessa versão.

Sacerdotal

Após ler sobre essa fieira de incongruências, talvez você esteja achando que eu compartilho do escárnio e da pena que tanta gente gosta de destilar sobre as narrativas da Criação. Pois não o faço. Ambas as histórias estão cheias de poesia e beleza, representando insights importantes sobre a relação do homem com a natureza e com Deus. Mas essas lições poderosas só ficam realmente claras quando deixamos de lado a mania de ler tais textos como manuais de ciência planetária, biologia e história e nos damos conta de que eles são formas narrativas de expressar uma visão de mundo.

Para ficar restrito apenas à história número 1 (minha favorita, devo confessar), não é por acaso que a maioria dos estudiosos do texto bíblico a atribui a um membro da casta sacerdotal israelita. A estrutura altamente ritmada e simétrica do texto faz do Cosmos inteiro um gigantesco templo e retrata Deus como o sacerdote.

Como os celebrantes no Templo de Salomão, Deus abençoa a Criação e consagra o sétimo dia, o sábado, como o dia santo para celebrar a conclusão de sua obra. (Curiosamente, o mandamento de guardar o sábado, na maioria dos textos bíblicos, como em Deuteronômio 5, 12-15, não usa a Criação como justificativa, o que parece indicar que a ideia foi introduzida de forma tardia na cultura israelita.)

O número sete, símbolo da completude no antigo Oriente Próximo, não aparece só quando falamos do número de dias da Criação. A frase “e Deus viu que era bom” (referindo-se a algum elemento criado) surge sete vezes no texto; a palavra “Deus” aparece exatas 35 vezes (pois é, sete vezes cinco); e a descrição do sétimo dia tem, em hebraico, exatas 35 palavras. E os três pares de dias em que Deus trabalha ativamente são unidos por simetrias que vão do geral para o particular, em geral com três dias de separação entre si. A luz, por exemplo, é criada no primeiro dia; já o Sol e a Lua surgem no quarto dia. O céu é criado no segundo dia, enquanto as aves surgem no quinto dia, e assim por diante.

Deixe-me frisar novamente: isso não é história, é poesia, e o autor bíblico sabia que era poesia. É uma forma de expressar a crença de que o desejo de Deus para a humanidade e para toda a natureza é um mundo harmônico – tanto que humanos e animais são imaginados como vegetarianos, para desespero dos que gostam de atribuir os atuais desastres ambientais à influência ideológica do Gênesis.

Chegamos a um caso curioso de “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Não é possível honrar a complexidade – e a letra – do texto bíblico sem reconhecer seu caráter polifônico e simbólico. Paradoxalmente, quem se diz criacionista se recusa a fazer isso. Além de se recusar a apreciar o quadro em expansão que a ciência está pintando sobre as origens da vida e do Universo, pode muito bem ser que os criacionistas estejam negligenciando o melhor do seu próprio texto sagrado.

Fonte: Blog "Visões da Vida" por Reinaldo José Lopes em "G1"

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Mensagem por Roberto Qua 20 maio 2009 - 12:49

Eu acredito

Acredito em Deus como o ser supremo, como o criador e o mestre de tudo. Não posso, portanto, deixar de acreditar na ciência, já que ela é parte desse “tudo”.

A ciência, por mais rápido que caminhe, sempre chega a um ponto que a limita. É a partir deste ponto, e muito além desse limite, que vamos encontrar Deus.

Acredito que Deus conceda a alguns homens, em determinadas épocas, o dom de descobrir ou fazer alguma coisa nova, que dê um salto para o progresso da humanidade.

Assim, acho que os livros sagrados tenham sido escritos para colocar regras de convivência, que naquela época fossem necessárias para a evolução daquele povo. E a linguagem usada foi aquela que compreendiam, e tinha algum efeito sobre eles.

Graças a Deus, temos avançado bastante nas ciências. E isso faz com que o homem viva melhor, com menos sofrimento e mais conforto. Porém se faz também necessário avançarmos moralmente, refletindo sobre eliminar nossas fraquezas como o orgulho, o egoísmo e a vaidade, que tanto mal nos faz, e também aos nossos companheiros de jornada.


Abraço

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Mensagem por Vânia Qua 20 maio 2009 - 14:09

Um tópico muito interessante, e que costuma causar muitas polêmicas...rsss

Bom, eu concordo com o Roberto.

Deus é a causa primeira de todas as coisas, sua essência é desconhecida ao homem e a Ciência ainda não conseguiu provar a não existência DELE.

Eu acredito na força superior de Deus e que ELE, com a ajuda de Jesus, criou nosso planeta à partir de maravilhosos fenômenos do Universo que agiram em muitos outros seres que já povoavam outros planetas, e que foram nossos predecessores. Mas tudo isso, lógicamente, não foi feito em 7 dias, como está escrito na bíblia, mas sim através de imensos períodos de evolução geológica, dentro dos milênios necessários para a gênese planetária.

O que existiu, sim, foi a necessidade de criar algumas leis para que fossem dominados em suas selvagerias, para que os homens da época tivessem limites. Nada mais lógico do que criar um Deus vingativo, implacável, diante de seres tão ignorantes e ainda se erguendo da sua animalidade, cheios de seus instintos selváticos.
Podemos notar, ainda hoje, a grande selvageria que toma conta de todo o mundo e os crimes brutais de instintos selváticos que acontecem em nossa "civilização". As palavras da bíblia já não conseguem deter a violência que faz parte dos espíritos menos evoluídos.

Portanto, devemos ter uma fé raciocinada, caminhando juntamente com a Ciência, pois muitos fenômenos são estudados e provados através de métodos teóricos-experimentais.

Uma coisa que não me importa, é o que dizem uns e outros sobre Jesus Cristo e sua vida. Muitos dizem que Jesus foi casado, teve filhos, entre outras coisas, mas o que me importa são as mensagens de bem, de amor, e de paz que tenha nos passado através de tantos séculos.
Não houve em toda a Terra, Ser mais especial, perfeito e elevado do que Jesus Cristo, que para poder estar entre nós, se preparou por, se não me engano, 200 anos. Sua energia cósmica universal, teve que ser condensada para poder se materializar aqui na Terra, passou por transformações dolorosas para se adequar ao plano do nosso planeta, já que nosso corpo de carne é uma das formas mais grosseiras existentes.

Pra mim é isso!

bj
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