No sábado (18), menina de um ano e meio morreu da doença no ABC. Vítima é a 12ª no estado. Pai questionou o atendimento médico.

Secretária de Diadema diz que não houve falhas em atendimento de bebê

23/07/09
Luciana Bonadio Do G1, em São Paulo

A secretária de Saúde de Diadema, Aparecida Pimenta, afirmou nesta quinta-feira (23) que “não houve falhas” no atendimento à menina de 1 ano e seis meses que morreu vítima da nova gripe no município. “Do ponto de vista médico, não houve falhas, não havia elementos para suspeitar da gripe suína”, afirmou durante entrevista realizada na prefeitura. A criança morreu no sábado (18) depois de passar por vários hospitais do município. O pai da menina, o gerente de loja Edson Coelho do Nascimento, de 31 anos, esteve na prefeitura para conversar com os jornalistas sobre a morte da filha. Usando uma máscara, ele chegou a chorar ao lembrar a menina. “A dor que eu sinto é forte. Eu preciso falar, mostrar o que está errado. O que estou tentando é alertar as pessoas”, afirmou. A menina começou a apresentar sintomas no dia 15 de julho. Os pais dela a levaram ao Pronto-Socorro Infantil de Diadema no dia 16. Ela foi medicada e liberada. No dia seguinte, os pais a levaram a um posto de saúde perto de casa. E, de novo, a menina foi liberada, porque a médica considerou que o quadro não era grave. Mas, no sábado, a criança piorou. Os pais então levaram a menina de novo ao Pronto-Socorro Infantil.

Depois de alguns exames, os médicos perceberam que havia uma mancha no pulmão da menina, que o quadro era grave e decidiram levá-la para o quarteirão da saúde. Precisando ser internada em uma UTI, a menina então foi levada a outro hospital. No mesmo dia, o bebê acabou morrendo. “O quadro clínico era sugestivo de uma gripe comum. Quando complicou, o caso teve uma evolução muito rápida”, disse a secretária.

O pai da menina disse que questionou uma médica, durante um atendimento, se não poderia se tratar de um caso da nova gripe. “Eu questionei sobre a doença porque os sintomas estavam batendo e ela disse que não estava dando em criança”, contou. A secretária disse que, se houve o comentário, ele foi “desnecessário”. “O que a médica conversou com ele, é muito difícil ter esse grau de detalhamento”, afirmou.

Protocolo

Para Aparecida, é necessário seguir o protocolo do Ministério da Saúde, e a menina, a princípio, não se enquadrava em um caso suspeito. “Todo leigo que tiver um filho com gripe vai querer fazer o exame. Nós temos que ouvir o paciente, mas também fazer um esforço para seguir os protocolos. Do ponto de vista médico, não havia elementos para os médicos suspeitarem da gripe suína. Essa criança teve uma evolução atípica.”

O pai também reclamou que só foi informado sobre a causa da morte da menina pela imprensa. Um agente de saúde procurou a família nesta quita-feira (23) para comunicar sobre o resultado dos exames e pedir que eles ficassem em casa. “Nós tivemos a confirmação desse caso ontem [quarta-feira] às 18h”, justificou a secretária.

A secretária também disse que está sendo feito um esforço para orientar os profissionais de saúde que tiveram contato com a menina e a família. O pai também reclamou na demora da chegada de informações para ele e a esposa. “Eles só ligaram agora à tarde para minha esposa para dizer que vamos receber o medicamento adequado”, contou Nascimento.

Aparecida Pimenta afirmou que é necessário um pedido para que o remédio seja enviado, o que já foi feito. "Se o caso deles se enquadrar no protocolo do Ministério da Saúde, ele vai receber esse medicamento", disse. Edson afirmou que ele e a esposa não apresentam sintomas da doença.

O pai disse que pretende entrar na Justiça por causa da morte da filha. “Eu nem sei como fazer isso, mas vou. Não houve o procedimento correto. Não é porque perdi minha filha, porque estou indignado. Eu duvido que um pai como eu vá achar que o procedimento foi correto.”[/justify]



G1/especiais

O pai da menina disse que questionou uma médica, durante um atendimento, se não poderia se tratar de um caso da nova gripe. “Eu questionei sobre a doença porque os sintomas estavam batendo e ela disse que não estava dando em criança”, contou. A secretária disse que, se houve o comentário, ele foi “desnecessário”. “O que a médica conversou com ele, é muito difícil ter esse grau de detalhamento”, afirmou.

A corda sempre arrebenta para o lado mais fraco. Isso é um absurdo, as pessoas mais humildes não sabem, por muitas vezes, se expressarem ou debaterem com os profissionais. Existem os médicos que pensam que sabem de tudo, e não é assim.

Para Aparecida, é necessário seguir o protocolo do Ministério da Saúde, e a menina, a princípio, não se enquadrava em um caso suspeito. “Todo leigo que tiver um filho com gripe vai querer fazer o exame. Nós temos que ouvir o paciente, mas também fazer um esforço para seguir os protocolos. Do ponto de vista médico, não havia elementos para os médicos suspeitarem da gripe suína. Essa criança teve uma evolução atípica.”

Que protocolos??? Pelo amor de Deus...estamos em vias de uma pandemia e estão pensando em protocolos. Gastança sem limites no cartão corporativo, pode??? Viajar com a família toda às custas dos nossos dinheiros suados, pode?

É lógico que todos vão querer fazer o teste, isso é perfeitamente plausível...todos temos medo! Aposto que se fosse casos de gripe nas famílias dos profissionais de saúde, dos políticos e "dessa" insensível dona APARECIDA PIMENTA...os exames seriam feitos, mesmo sem estarem no grupo de risco.




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Van, perfeitos e completos os seus questionamentos e comentários. Também duvido muito que nos altos escalões sejam seguidos protocolos de quaisquer espécies no trato dessa doença. Que absurdo, o que está em jogo são vidas humanas! E neste caso infelizmente, a vítima dos "protocolos" foi uma criança inocente. Qualquer profissional de saúde com um mínimo de sensibilidade saberia que vidas não podem ser equiparadas a procedimentos referentes à um cerimonial qualquer.

ISSO É UMA VERGONHA!!!

LI, é isso mesmo, existem médicos que se formam somente pela vontade da família e para dizer que é médico. Ainda bem que existem profissionais que amam a sua profissão e que fazem a diferença, conheço vários.

Na minha família, há muitos anos atrás, tivemos um caso parecidíssimo com o desta menina, só que no caso foi de meningite...e minha prima de apenas 17 anos, morreu vítima de meningite. Minha prima foi levada, pela irmã dela, por diversas vezes no PS, e por duas vezes passou com o mesmo médico plantonista, que diagnosticou o caso como uma dor de cabeça severa seguida de vômitos. Quando descobrimos o que era, nada mais pode ser feito e minha prima faleceu com apenas 17 anos...uma tristeza.

Eu, como mãe, imaginoo sofrimento desses pais que perderam tão graciosa criança.