Personagens gays são grande trunfo de Ti-ti-ti

Thales (Amando Babaioff) está confuso sobre o que sente por Julinho (André Arteche)


Giovani Lettiere, do R7, no Rio

Foi-se o tempo em que personagens gays nas novelas eram implodidos junto com shoppings por problemas de aceitação do público, como aconteceu com o casal de lésbicas de Torre de Babel (1998). Em Ti-ti-ti (Globo), os papéis homossexuais já somam nove e eles são sucesso de público e de crítica.
Ao contrário das tramas do horário das 19h da Globo - nas quais os gays são, em sua maioria, vistos de forma caricata e em pequenas participações - a autora da novela, Maria Adelaide Amaral, inovou ao dar bastante destaque aos personagens. Autor do livro Almanaque da Telenovela Brasileira (Panda Books), o pesquisador Nilson Xavier, em entrevista ao R7, considera Ti-ti-ti um upgrade.

- A Maria Adelaide Amaral está sendo bastante feliz em sua abordagem dos gays na novela. Há uma quantidade grande de personagens e os homossexuais são bem desenvolvidos na história, com tramas e conflitos que interessam e tem peso no enredo. É um upgrade e tanto.

O fato de as tramas com gays não serem secundárias como nas outras novelas faz de Ti-ti-ti uma produção inédita no quesito, apontou Nilson.

- Nenhuma outra novela tratou com tanta parcimônia e propriedade como Ti-ti-ti. É inédito isso. Gilberto Braga está prometendo o mesmo em Insensato Coração. Vamos ver.

Júlio Moreira, presidente da ONG Arco-Íris, no Rio, também faz coro à opinião do especialista em TV.

- Vi algumas cenas e a abordagem da autora contribui com muita visibilidade para que a sociedade possa debater o tema. Há uma mudança no padrão estereotipado de antes. Na verdade, não há um modelo de gay. Ele é mais um elemento dentro do vasto universo do ser humano. Vamos continuar lutando para que o homossexual seja mostrado assim na TV.

Armando Babaioff, o Thales da novela, foi pego de surpresa com a reviravolta de seu personagem. O rapaz, dono de uma confecção de roupas, casou-se com Jaqueline (Claudia Raia) mas, ultimamente, tem demonstrado interesse pelo cabeleireiro Julinho (André Arteche), que é ex de Osmar (Gustavo Leão).

- A situação dele está indefinida. É um assunto muito delicado, mas que está sendo abordado de forma interessante, com seriedade e delicadeza. Está bonito no ar. O sucesso da novela está tão grande que a Maria Adelaide Amaral pode falar sobre qualquer tema que ela quiser.
O ator não sabe ainda se ele terá mesmo um romance com o personagem de Arteche. Nos próximos capítulos, ele volta a Saquarema e se encontra com a ex-namorada Solange (Rosana Garcia) e pede ajuda após ser rejeitado por Julinho.
- O encontro com a Solange vai me ajudar a me orientar. O Thales não é claro em sua homossexualidade, daí o Julinho não embarca na dele. Não sei ainda como o Thales vai terminar a novela. Pode ser com o Julinho, com a Jaqueline ou sozinho. A autora criou uma trama tão bem bolada que o meu fim está em aberto. Com qualquer um dos dois vai ser muito bom. Os personagens são muito carismáticos.

E que caíram na boca do povo. Babaioff está ciente da responsabilidade do papel.

- Minha responsabilidade é muito grande. O personagem do Gustavo Leão teve uma aceitação muito grande e eu posso ser o personagem que vai fazer o Julinho reencontrar o amor. Tenho que mostrar essa química e o conflito da sexualidade.

Falando no personagem de sucesso Osmar, que morreu no início da novela num acidente de carro, Maria Adelaide Amaral explicou ao R7 que não se arrependeu de tê-lo assassinado e explica o motivo.

- Os conflitos centrais da novela só existem devido à morte de Osmar. Logo, não há motivos para arrependimento.

A autora faz mistério quanto ao futuro do casal Thales e Julinho.

- Sobre Thales, ele está em um momento difícil, começando a questionar o que realmente quer para si e para a sua vida. E tanto Julinho quanto Jaqueline serão pessoas importantes para ele durante esse processo. Dessa forma, sua aproximação pode culminar em uma relação amorosa quanto em uma grande amizade. É aguardar e conferir.

Além de Osmar, Julinho e Thales, a novela traz ainda os personagens gays assumidos o crítico de moda Ed (Dorival Carper), o jornalista Adriano (Rafael Zulu), o casal de lésbicas Lourdes (Maria Carol) e Paula (Viviane Netto) - em trama ainda pouco desenvolvida, mas que conta com a reprovação da mãe de Lourdes, Penha (Yaçanã Martins) -, o estilista Rony Pear (Otávio Reis) e o produtor de moda Vicky (Marcos Tumura).



Fonte: Famosos e TV - R7

Eu acho muito legal isso! Podemos notar a grande diferença que existe hoje, onde as pessoas estão aceitando com menos relutância a condição sexual de cada um!

Sempre digo e continuo repetindo: Abomino qualquer tipo de preconceito! Respeito todas as orientações sexuais, o que me importa é o caráter das pessoas.

A novela Ti-ti-ti, (que considero a melhor no ar atualmente) vem abordando o tema de uma maneira mais verdadeira, diferente de outras produções anteriores. Os atores Armando Babaioff e André Arteche estão impecáveis em suas interpretações, passando a cada cena as emoções, angústias e dúvidas de seus personagens. Além de lindos, são talentosíssimos!

Para quem não assistiu, destaco o momento em que o Thales (Armando Babaioff) revela para a esposa Jaqueline (Claudia Raia), que é gay. Parabéns a autora, aos dois atores e a direção; por esta cena linda, comovente e muito bem feita!