Cota para modelos negros em desfile de modas

Modelos negros terão cota de 10% em desfiles

Termo foi firmado entre Ministério Público de SP e organização do São Paulo Fashion Week
Fernanda Aranda - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - O Ministério Público de São Paulo e a organização do São Paulo Fashion Week - maior evento de moda do País - fecharam na quarta-feira, 20, um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que prevê cota para a participação de ao menos 10% de modelos negros nas passarelas. O documento prevê multa de R$ 250 mil caso as grifes não cumpram a medida.

A empresa Luminosidade Marketing & Produções Ltda., que coordena os desfiles da SPFW, comprometeu-se a comunicar a todas as marcas participantes do evento a inclusão de afrodescendentes, com antecedência mínima de 15 dias a cada edição. O TAC é resultado do inquérito civil instaurado pelo Grupo de Atuação Especial de Inclusão Social (Gaeis) do Ministério Público desde o ano passado, após a constatação de que os desfiles de moda da São Paulo Fashion Week tinham um número muito reduzido de modelos negros ou indígenas.

No documento, a SPFW também se compromete a encaminhar para o Ministério Público, no prazo de 30 dias após cada edição, durante dois anos, a comprovação de cumprimento da cláusula. "Não se trata de querer impor uma cota racial, mas de promover a inclusão social nesse segmento", ressalta a promotora de Justiça e coordenadora do grupo, Deborah Affonso.

Segundo a promotora, na hipótese de impossibilidade de cumprimento da recomendação, em razão, por exemplo, da temática de determinado desfile, a grife poderá apresentar justificativa, que será analisada pelo Ministério Público.

Helder Dias, diretor da HDA Models, que agencia 250 modelos negros, diz que a decisão do MP é positiva, já que, na moda, "o preconceito é escancarado."

"Nossa agência completou nove anos de existência. Durante todo este período, a frase que mais ouvi foi a de que o modelo não atende ao perfil e não representa o cliente", lamenta Dias.

A novidade no SPFW também animou a modelo Juliana Nepomuceno, que apesar de ter completado 18 anos agora, já tem no currículo campanhas na Ásia e Europa. "O preconceito existe em todo lugar, mas é no meu País, marcado pelas diferenças, que eu encontro mais dificuldade para trabalhar", diz. "Até na China e Itália, onde eu achei que as portas sempre estariam fechadas, a beleza negra é mais admirada."

Juliana participou da seleção de modelos do Fashion Rio e, ontem à noite, poucas horas depois da decisão do Ministério Público, participaria de "peneira" da edição paulista. Por sempre ouvir 'nãos' nacionais, os dedos estavam cruzados.

http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,modelos-negros-terao-cota-de-10-em-desfiles,374544,0.htm

Nota do Editor: O que é mais preconceituoso? A Agência publicitária que diz que uma modelo não representa o cliente ou o MP que cria cotas para incluir na marra modelos pela cor da pele?
Não parece que estão querendo, a todo custo, fomentar um problema racial no Brasil a todo custo? Criar um país Brancos x Negros?
[E um vira-latas como eu, onde me enquadro?]

Cotas para modelos negros? Até nisso?? Já não basta as universidades? Acho que isso reforça discriminação por parte das agências de moda.. Então não sei pra que serve essa história de direitos humanos sejam iguais pra todos.

Se fosse cotas para pobreza, pode ser que seja outra história....
Se é pra ter cotas, então o façam assim, 50% para negros e 50% para brancos.

Paulo escreveu:Cotas para modelos negros? Até nisso?? Já não basta as universidades? Acho que isso reforça discriminação por parte das agências de moda.. Então não sei pra que serve essa história de direitos humanos sejam iguais pra todos.

Se fosse cotas para pobreza, pode ser que seja outra história....
Se é pra ter cotas, então o façam assim, 50% para negros e 50% para brancos.

Concordo inteiramente !!!

E conheço pessoas negras que não gostam dessa cota imposta para as faculdades, elas acham isso o próprio preconceito.
Eu acho um absurdo, pois negro, branco, amarelo...se a pessoa tem capacidade pra passar em um vestibular, não importa a cor, religião, sexo, etc! :blz:

Meu principal problema em aceitar essas cotas é que elas dão a impressão que só temos duas cores de pele no Brasil: A branca e a negra. E o restante? Somos um país de misturas étnicas e é extremamente difícil encontrar uma família que não tenha tido uma ascendência "pura". Eu próprio sou um exemplo disso: tenho ascendentes italianos, espanhóis, italianos e também de brasileiros de longa data para os quais é impossível determinar origem étnica.
O preconceito, na minha opinião, não está tão ligado à cor da pele como está à condição social. Quem é preconceituoso contra os negros o é não por causa da cor da pele, mas porque ele acha que ser negro é sinônimo de "ser pobre". E esses caras tem nojo de gente pobre... "É tudo bandido e vagabundo", pensam eles...
O bom combate seria diminuir as diferenças sociais, independente da cor da pele dos cidadãos. Educação de boa qualidade, geral e irrestrita e fomento de geração de empregos e negócios. O trabalho seria longo, mas daria resultados. Seríamos um país orgulhosos de nossa mestiçagem e com pouca diferença social.
Mas isso demora. E quem quer investir em coisas que demoram? Melhor é cria cotas.... E viva o preconceito institucionalizado pelo Estado!!!!!

Alessandro escreveu:Meu principal problema em aceitar essas cotas é que elas dão a impressão que só temos duas cores de pele no Brasil: A branca e a negra. E o restante? Somos um país de misturas étnicas ...

O bom combate seria diminuir as diferenças sociais, independente da cor da pele dos cidadãos. Educação de boa qualidade, geral e irrestrita e fomento de geração de empregos e negócios. O trabalho seria longo, mas daria resultados. Seríamos um país orgulhosos de nossa mestiçagem e com pouca diferença social.
Mas isso demora. E quem quer investir em coisas que demoram? Melhor é cria cotas.... E viva o preconceito institucionalizado pelo Estado!!!!!

Este é um assunto muito polêmico. Eu não consigo definir minha posição. Hora sou a favor, hora sou contra.
Mas estou com o Alessandro quando diz "...diminuir as diferenças sociais..." .Isso pelo menos ajudaria a eliminar uma série de preconceitos. E talves o início do combate ao preconceito racial.

Abraços
Roberto

Eu sou radicalmente contra quaisquer espécies de cotas pré-determinadas. Porque não passam de um arremedo de atitudes típicas de uma época não tão distante de nossa história: O período da ditadura. Tudo o que é imposto no peito e na marra, nunca há de dar bons resultados. Mas no nosso país, as coisas sempre caminham para o rumo de quanto pior, melhor. O que é lamentável!

Lili escreveu:Eu sou radicalmente contra quaisquer espécies de cotas pré-determinadas. Porque não passam de um arremedo de atitudes típicas de uma época não tão distante de nossa história: O período da ditadura. Tudo o que é imposto no peito e na marra, nunca há de dar bons resultados. Mas no nosso país, as coisas sempre caminham para o rumo de quanto pior, melhor. O que é lamentável!

Lili, eu acho que as vezes é necessário o estabelecimento de cotas, como uma solução intermediária, até que se chegue a solução definitiva. Se alguma situação está fora de controle ou sem solução de curto prazo, aí pode caber o estabelecimento de cotas.

Alessandro disse:

Meu principal problema em aceitar essas cotas é que elas dão a impressão que só temos duas cores de pele no Brasil: A branca e a negra. E o restante?

Exatamente! É aí que continua o preconceito, pois para mim a criação dessas cotas só serve para reforçar o preconceito que ainda existe.

Lili escreveu:

Eu sou radicalmente contra quaisquer espécies de cotas pré-determinadas. Porque não passam de um arremedo de atitudes típicas de uma época não tão distante de nossa história: O período da ditadura. Tudo o que é imposto no peito e na marra, nunca há de dar bons resultados. Mas no nosso país, as coisas sempre caminham para o rumo de quanto pior, melhor. O que é lamentável!

Li, aí eu discordo de você. Nunca podemos ser radicais em nada na vida.
O radicalismo só serve para tumultuar mais ainda os problemas, e acaba por igualar atitudes extremistas aos da época da ditadura.

:blz:

Roberto escreveu:Lili, eu acho que as vezes é necessário o estabelecimento de cotas, como uma solução intermediária, até que se chegue a solução definitiva. Se alguma situação está fora de controle ou sem solução de curto prazo, aí pode caber o estabelecimento de cotas.

Roberto, respeito a sua opinião. Mas imposição de cotas está longe de ser solução para qualquer tipo de problema. Isso sim, é que está se tornando uma situação fora de controle. Porque embora camuflada de "boas intenções", promove e incentiva o preconceito do mesmo jeito.

Vânia escreveu:Li, aí eu discordo de você. Nunca podemos ser radicais em nada na vida.
O radicalismo só serve para tumultuar mais ainda os problemas, e acaba por igualar atitudes extremistas aos da época da ditadura.

Van, também respeito a sua opinião. Entretanto, neste caso em particular, sou radical sim. Porque as cotas são a maior prova de radicalismo vigente, por requerer à força regalias para uma determinada parcela de indivíduos, baseadas apenas na cor da pele. Sendo que o justo seria pela situação financeira e a capacidade intelectual de cada um.

Este sistema de contas é um tanto controverso, penso que só aumenta a discriminação, e como o Alessandro disse, o ideal seria diminuir diferenças sociais, sendo que educação é a base, o Governo deveria investir muito mais para a àrea de educação.

Lili escreveu:
Roberto, respeito a sua opinião. Mas imposição de cotas está longe de ser solução para qualquer tipo de problema. Isso sim, é que está se tornando uma situação fora de controle. Porque embora camuflada de "boas intenções", promove e incentiva o preconceito do mesmo jeito.

Van, também respeito a sua opinião. Entretanto, neste caso em particular, sou radical sim. Porque as cotas são a maior prova de radicalismo vigente, por requerer à força regalias para uma determinada parcela de indivíduos, baseadas apenas na cor da pele. Sendo que o justo seria pela situação financeira e a capacidade intelectual de cada um.

Até onde entendo, o estabelecimento dessas cotas não é para acabar com o preconceito, e sim incluir o negro em partes de nossa sociedade, onde ele não tem acesso.

Para a inclusão social, cabe medidas coletivas, controversas ou não. Agora, para acabar com o preconceito racial, a mudança deve ser individual - Cada um, em seu íntimo, deve se perguntar a respeito.

Roberto escreveu:
Até onde entendo, o estabelecimento dessas cotas não é para acabar com o preconceito, e sim incluir o negro em partes de nossa sociedade, onde ele não tem acesso.

Para a inclusão social, cabe medidas coletivas, controversas ou não. Agora, para acabar com o preconceito racial, a mudança deve ser individual - Cada um, em seu íntimo, deve se perguntar a respeito.

Roberto: Se as cotas não são para acabar com o preconceito, ao menos não devia servir para reforçá-lo. Posso até engolir cotas sociais, uma vez que o bom estudante da escola pública não tem culpa do ensino ser tão ruim e isso o colocaria em melhor situação diante dos estudantes de cursinho. Mas cotas raciais para um país que nunca teve nenhum tipo de aparelhagem de segregação, como acontecia nos EUA e a África do Sul, acho muito perigoso, para dizer o mínimo.
Em tempo: li uma matéria, tempos atrás, no site do Gilberto Dimenstein, onde ele falava do bom rendimento dos alunos cotistas (eram cotas SOCIAIS) em Universidades que a haviam adotado. Segundo o que ele apurou, os cotistas estavam tão acostumados a lidar com as adversidades que acabavam tirando de letra as diferença de ensino de base.
Mas nunca vi estudo nenhum sobre a eficácia de cotas raciais.
Por fim: pessoalmente, acho terrível esse negócio de "raça" pra definir cor da pele. Pra mim somos todos "Raça Humana", com alguma diferença de pigmentação (hehehehe)

Lili disse:
Van, também respeito a sua opinião. Entretanto, neste caso em particular, sou radical sim. Porque as cotas são a maior prova de radicalismo vigente, por requerer à força regalias para uma determinada parcela de indivíduos, baseadas apenas na cor da pele. Sendo que o justo seria pela situação financeira e a capacidade intelectual de cada um.

Li, também respeito sua opinião e a de qualquer pessoa, mas tudo nesse país é IMPOSIÇÃO...infelizmente!

As cotas para pessoas negras, além de reforçar as diferenças raciais, "sugerem" que os negros não têm capacidade de competir de forma igual com os brancos, etc. Qual é o critério usado para definir a cor da pele de uma pessoa, já que o Brasil é um país de grande miscigenação ???

:?: :?: :?:

Alessandro escreveu:
Roberto: Se as cotas não são para acabar com o preconceito, ao menos não devia servir para reforçá-lo. ...
...Mas cotas raciais para um país que nunca teve nenhum tipo de aparelhagem de segregação, como acontecia nos EUA e a África do Sul, acho muito perigoso, para dizer o mínimo.
Em tempo: li uma matéria, tempos atrás, no site do Gilberto Dimenstein, onde ele falava do bom rendimento dos alunos cotistas (eram cotas SOCIAIS) em Universidades que a haviam adotado. Segundo o que ele apurou, os cotistas estavam tão acostumados a lidar com as adversidades que acabavam tirando de letra as diferença de ensino de base.
Mas nunca vi estudo nenhum sobre a eficácia de cotas raciais.
Por fim: pessoalmente, acho terrível esse negócio de "raça" pra definir cor da pele. Pra mim somos todos "Raça Humana", com alguma diferença de pigmentação (hehehehe)

Bom, parece que essa "cota SOCIAL" está funcionando. E isso reforça o fato de que, em certas situações, o estabelecimento de cotas produz bons resultados.

Quanto a aparelhagem de segregação racial, devemos lembrar que, no Brasil, a escravidão foi abolida há 121 anos. Ou seja, depois de 3 séculos e meio de vigência. E que depois recebeu imigrantes italianos, espanhóis, alemães, japoneses, etc... povos esses que, até onde sei, não tinham lá muito respeito pelos negros.

Sem querer polemizar no assunto história. Eu acho que o esabelecimento ou não de cotas RACIAIS, não acabará com o preconceito. Isso só se dará quando cada um de nós, em nosso íntimo, dermos uma resposta positiva.

Roberto disse:

Eu acho que o estabelecimento ou não de cotas RACIAIS, não acabará com o preconceito. Isso só se dará quando cada um de nós, em nosso íntimo, dermos uma resposta positiva.

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