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Nova polêmica entre Igreja Católica e judeus no meio da Páscoa
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Nova polêmica entre Igreja Católica e judeus no meio da Páscoa
CIDADE DO VATICANO (AFP) - A Igreja Católica, no olho do furacão por escândalos de pedofilia, celebra um Sábado de Aleluia marcado por uma nova polêmica, desta vez com os judeus, pela comparação feita pelo pregador da Casa Papal entre os ataques a Bento XVI e o antissemitismo.
A comparação provocou indignação nas comunidades judaicas europeias e americanas e o protesto de associações de vítimas de abusos sexuais cometidos pelo clero.
A declaração do pregador da Casa Papal Raniero Cantalamessa durante o sermão da liturgia da Sexta-Feira da Paixão é de "mau gosto e inapropriada", afirmou o rabino de Roma Riccardo Di Segni.
"O paralelismo que se fez em São Pedro não tem razão de ser. São declarações completamente fora de propósito", declarou Di Segni em entrevista ao jornal La Stampa.
O rabino Di Segni, o mesmo que desafiou em janeiro as dúvidas de boa parte da comunidade judaica mundial ao receber Bento XVI na sinagoga de Roma, considerou a comparação "especialmente inoportuna, já que nenhuma pessoa da comunidade judaica interveio até agora nos escândalos de pedofilia da Igreja".
"Estes abusos são um problema da Igreja Católica e não corresponde a nós intervir nem fazer comparações que não podem ser feitas", disse.
Na Alemanha, os judeus também manifestaram contrariedade. Para o secretário-geral do Conselho Central dos Judeus do país, a comparação é um "insulto".
"É uma impertinência e um insulto para as vítimas dos abusos sexuais, assim como para as vítimas da Shoah", declarou Stephan Kramer à AFP.
"O Vaticano recorre aos métodos habituais utilizados há décadas para sufocar e ocultar as histórias que afetam a Igreja Católica", completou.
Depois de ter falado durante o sermão sobre a violência contra as mulheres, o pregador Cantalamessa, leu durante a liturgia da Sexta-Feira da Paixão uma carta de "solidariedade" ao Papa e à Igreja, segundo ele enviada por um "amigo judeu".
"Com desgosto estou acompanhando os violentos e concêntricos ataques contra a Igreja, o Papa", escreveu o autor da carta. "O uso dos estereótipos, a passagem da responsabilidade e culpa pessoal para a culpa coletiva me recordam os aspectos mais vergonhosos do antissemitismo", acrescentou.
O Vaticano, por meio do porta-voz, padre Federico Lombardi, destacou que a pregação de Cantalamessa não é a a posição oficial da Santa Sé, "e sim uma carta lida pelo pregador".
"Fazer uma aproximação entre os ataques contra o Papa pelo escândalo de pedofilia e o antissemitismo não é a linha seguida pela Santa Sé", afirmou o padre Federico Lombardi neste sábado.
Ele disse ainda que o pregador, o padre Raniero Cantalamessa, "quis apenas tornar pública a solidariedade com o Papa expressada por um judeu à luz da particular experiência dolorosa sofrida por seu povo".
Mas ele reconheceu que "o fato de citá-la poderia suscitar mal-entendidos".
Mas Kramer considerou improvável que o pregador do Papa tenha atuado sem o consentimento do Vaticano.
"É uma iniciativa das altas esferas para relativizar o antissemitismo e o Holocausto", denunciou.
A nova polêmica explodiu no momento em que Bento XVI, acusado de ter mantido silêncio sobre abusos de pedofilia cometidos por religiosos quando dirigia a Congregação para a Doutrina da Fé e quando foi arcebispo de Munique, se prepara para celebrar neste sábado na basílica de São Pedro a tradicional Vigília Pascal.
A tensão entre católicos e judeus retornou em dezembro, quando Bento XVI acelerou o processo de beatificação do Papa Pio XII, acusado de ter permanecido em silêncio diante do Holocausto. Também aconteceram atritos no início de 2009, quando o Vaticano suspendeu a excomunhão do bispo negacionista Richard Williamson.
Marvin Hier, rabino e fundador do Centro Simon Wiesenthal, uma organização de luta contra o antissemitismo, exigiu "desculpas" do Papa pelas "observações agressivas, vergonhosas, fora de propósita", além do que chamou de "deformação total da história".
Para ele "não é possível comparar os séculos de antissemitismo que levaram à morte de milhões de pessoas inocentes com criminosos que renegam sua fé e vocação agredindo sexualmente crianças".
Para David Clohessy, que dirige o SNAP, um grupo de defesa das vítimas dos padres pedófilos, "é um insulto, tanto para as vítimas de agressões sexuais como para os judeus".
O rabino Gary Greenebaum, responsável pelas relações interreligiosas no Comitê Judaico Americano, pediu aos dirigentes católicos que "não pratiquem a hipérbole".
Neste sentido, o rabino de Roma advertiu contra os "boatos" de que os ataques contra a Igreja teriam origem no lobby judaico, já que em alguns círculos católicos se afirma que a imprensa italiana é controlada por judeus.
A comparação provocou indignação nas comunidades judaicas europeias e americanas e o protesto de associações de vítimas de abusos sexuais cometidos pelo clero.
A declaração do pregador da Casa Papal Raniero Cantalamessa durante o sermão da liturgia da Sexta-Feira da Paixão é de "mau gosto e inapropriada", afirmou o rabino de Roma Riccardo Di Segni.
"O paralelismo que se fez em São Pedro não tem razão de ser. São declarações completamente fora de propósito", declarou Di Segni em entrevista ao jornal La Stampa.
O rabino Di Segni, o mesmo que desafiou em janeiro as dúvidas de boa parte da comunidade judaica mundial ao receber Bento XVI na sinagoga de Roma, considerou a comparação "especialmente inoportuna, já que nenhuma pessoa da comunidade judaica interveio até agora nos escândalos de pedofilia da Igreja".
"Estes abusos são um problema da Igreja Católica e não corresponde a nós intervir nem fazer comparações que não podem ser feitas", disse.
Na Alemanha, os judeus também manifestaram contrariedade. Para o secretário-geral do Conselho Central dos Judeus do país, a comparação é um "insulto".
"É uma impertinência e um insulto para as vítimas dos abusos sexuais, assim como para as vítimas da Shoah", declarou Stephan Kramer à AFP.
"O Vaticano recorre aos métodos habituais utilizados há décadas para sufocar e ocultar as histórias que afetam a Igreja Católica", completou.
Depois de ter falado durante o sermão sobre a violência contra as mulheres, o pregador Cantalamessa, leu durante a liturgia da Sexta-Feira da Paixão uma carta de "solidariedade" ao Papa e à Igreja, segundo ele enviada por um "amigo judeu".
"Com desgosto estou acompanhando os violentos e concêntricos ataques contra a Igreja, o Papa", escreveu o autor da carta. "O uso dos estereótipos, a passagem da responsabilidade e culpa pessoal para a culpa coletiva me recordam os aspectos mais vergonhosos do antissemitismo", acrescentou.
O Vaticano, por meio do porta-voz, padre Federico Lombardi, destacou que a pregação de Cantalamessa não é a a posição oficial da Santa Sé, "e sim uma carta lida pelo pregador".
"Fazer uma aproximação entre os ataques contra o Papa pelo escândalo de pedofilia e o antissemitismo não é a linha seguida pela Santa Sé", afirmou o padre Federico Lombardi neste sábado.
Ele disse ainda que o pregador, o padre Raniero Cantalamessa, "quis apenas tornar pública a solidariedade com o Papa expressada por um judeu à luz da particular experiência dolorosa sofrida por seu povo".
Mas ele reconheceu que "o fato de citá-la poderia suscitar mal-entendidos".
Mas Kramer considerou improvável que o pregador do Papa tenha atuado sem o consentimento do Vaticano.
"É uma iniciativa das altas esferas para relativizar o antissemitismo e o Holocausto", denunciou.
A nova polêmica explodiu no momento em que Bento XVI, acusado de ter mantido silêncio sobre abusos de pedofilia cometidos por religiosos quando dirigia a Congregação para a Doutrina da Fé e quando foi arcebispo de Munique, se prepara para celebrar neste sábado na basílica de São Pedro a tradicional Vigília Pascal.
A tensão entre católicos e judeus retornou em dezembro, quando Bento XVI acelerou o processo de beatificação do Papa Pio XII, acusado de ter permanecido em silêncio diante do Holocausto. Também aconteceram atritos no início de 2009, quando o Vaticano suspendeu a excomunhão do bispo negacionista Richard Williamson.
Marvin Hier, rabino e fundador do Centro Simon Wiesenthal, uma organização de luta contra o antissemitismo, exigiu "desculpas" do Papa pelas "observações agressivas, vergonhosas, fora de propósita", além do que chamou de "deformação total da história".
Para ele "não é possível comparar os séculos de antissemitismo que levaram à morte de milhões de pessoas inocentes com criminosos que renegam sua fé e vocação agredindo sexualmente crianças".
Para David Clohessy, que dirige o SNAP, um grupo de defesa das vítimas dos padres pedófilos, "é um insulto, tanto para as vítimas de agressões sexuais como para os judeus".
O rabino Gary Greenebaum, responsável pelas relações interreligiosas no Comitê Judaico Americano, pediu aos dirigentes católicos que "não pratiquem a hipérbole".
Neste sentido, o rabino de Roma advertiu contra os "boatos" de que os ataques contra a Igreja teriam origem no lobby judaico, já que em alguns círculos católicos se afirma que a imprensa italiana é controlada por judeus.
Fonte: Yahoo
Infeliz comparação. A Igreja deve rever seus posicionamentos no que diz respeito ao assunto, não mais tentando incobrir o problema ou até mesmo realizar pedidos de desculpas coletivos.
A solução passa pela punição daqueles que se utilizam da fé para cometer crimes.
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