"Imortal", Collor diz que livro sobre impeachment está pronto

Sem livros conhecidos pelo grande público, o senador Fernando Collor de Mello (PTB) tomou posse na noite desta sexta-feira como o mais novo integrante da Academia Alagoana de Letras. A respeito dos livros, Collor disse estar com um pronto, A Crônica de um Golpe, que, segundo ele, dará a sua versão sobre os acontecimentos que culminaram em seu impeachment, em 1992, quando era presidente da República.

Ele vai ocupar a cadeira número 20, antes do médico Ib Gatto Falcão, morto ano passado. A solenidade aconteceu 51 dias após a eleição na academia, no dia 2 de outubro, com 22 dos 30 votos.

"Todos me perguntam sobre o livro. Ele está pronto e será publicado em momento oportuno", disse Collor. À academia, Collor informou ter publicado seis livros: Reforma Política e Sistema de Governo, O Desafio de Maceió, Maceió: 20 anos em 3, Manual dos Municípios, Brasil: um projeto de reconstrução nacional e Relato da História, este último impresso pela gráfica do Senado e distribuído pelo correio.

"Considero generosa a homenagem que a academia presta a alguém que ao longo da vida vem tentando dar contribuição aos problemas nacionais. Também em função da memória do meu pai, que ocupou uma cadeira na academia", disse Collor, em seu discurso. "Essa é uma homenagem em nome do povo alagoano." O pai de Collor, Arnon de Mello, jornalista e correspondente de guerra, publicou dois livros e era integrante da Academia Alagoana de Letras.
A posse de Collor como o mais novo imortal da academia foi movimentada e demorada, com queima de fogos de artifício e discursos. Reuniu aliados e rivais na política alagoana, como o vice-governador de Alagoas, José Wanderley Neto (PMDB), o senador Renan Calheiros (PMDB) e o prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP).
"A casa está recebendo o senador Fernando Collor com a esperança de agregação. Esperamos que sua posse traga a sociedade consigo", disse o presidente da academia, d. Fernando Iório, um dos maiores defensores do nome de Collor na academia alagoana. "Trata-se de um homem que sempre defendeu a cultura alagoana e cuja bagagem intelectual se reflete em sua história de vida como jornalista, economista, empresário e político."